Logo AdrianaCardoso vermelho
Pronta para enfrentar a insegurança - Adriana Cardoso - Jornalista

Pronta para enfrentar a insegurança

Sinto-me pronta para enfrentar a minha insegurança e, finalmente, dar vida a este espaço. Foi um longo caminho até aqui. Eu procrastinei o quanto pude, sabotei a mim mesma fortemente, julguei-me incapaz e fiquei perdida. Na verdade, ainda estou perdida, mas menos. Tive muito medo da exposição, dos julgamentos, de como minhas palavras seriam recebidas e de mais uma série de coisas.

As pessoas na internet podem ser cruéis, e quando pensava nisso, sentia-me como um animal acuado. Era tão assustador que eu recuava e perguntava-me por que correr o risco. Parecia desnecessário, então convencia-me a continuar no lugar confortável de sempre.

Com o passar do tempo, pouco a pouco, as incertezas foram dando lugar a uma necessidade inexplicável de ultrapassar a linha de segurança. Apesar de trabalhar com comunicação há anos, a indecisão ainda bate forte quando se trata de meus próprios projetos. Sinto que nunca estará bom o suficiente para ser compartilhado. Na tentativa de superar esse obstáculo, recorri à técnica que uso para qualquer situação em que não me sinto preparada: estudo e prática, estudo e prática, estudo e prática.

Mas nesse caso, nem essa nem nenhuma outra técnica parecia funcionar bem. Quanto mais eu estudava, mais difícil ficava. Parecia-me um esforço inútil, então eu desistia. Tempos depois, retomava, Só que coisas mais importantes subtraiam minha atenção e eu adiava de novo e de novo. Esse ciclo perdurou por longos períodos. Acredite, a insegurança é paralisante.

Tantas questões travavam-me quando pensava no blog. Quero muito preencher esse espaço, existente há quase 10 anos, porém com o quê? Pois, não quero escrever apenas por escrever, quero ser útil e fazer algo que traga bons sentimentos aos leitores. Apesar de ter pensado muito sobre como poderia contribuir, ainda não tenho a resposta. Infelizmente, quanto mais eu refletia, mais eu protelava a ideia.

A procura do nicho ideal

As primeiras perguntas que faço aos meus clientes ao produzir algum conteúdo são: Com qual público eles querem conversar? Qual mensagem eles querem transmitir?

É assim que funciona na comunicação: o primeiro passo é definir o público-alvo e a mensagem, antes de desenhar estratégias. No entanto, até agora, eu não sei com qual público eu quero conversar. Não consigo decidir por um único nicho, pois acredito que não faço parte somente de um grupo; sinto-me parte de vários.

Cogitei algumas opções. Sou jornalista há 16 anos e atuo em várias áreas da comunicação, o que permitiu-me diversificar meu currículo e abrir muitas portas. Nos últimos anos, tenho trabalhado como freelancer. Por isso, pensei em escrever sobre jornalismo, falar sobre a carreira, a profissão, o mercado de trabalho e como manter-se como freelancer. A área é ampla e tenho muito a compartilhar. Talvez alguém se interesse pelo assunto. Refleti e achei que poderia abrir mais o leque.

Pois, além de jornalista, sou mãe. Se tem um tema com conteúdo de sobra, é a maternidade. Sem contar que está super em alta. Quem sabe não seja um bom nicho? Então, pensei melhor e lembrei-me que também gosto de escrever contos. Talvez eu possa publicá-los aqui. Deixe-me analisar mais sobre isso.

Outra possibilidade é que estou prestes a completar 40 anos. Vivi intensamente nessas quatro décadas, com mudanças, viagens, experiências, dificuldades e conquistas. Tenho tantas histórias. Além disso, sou uma mulher que está em um momento de profunda reflexão sobre tudo que me trouxe até aqui.

A resposta está no caminho

Será que alguém vai se interessar em ler sobre mim? Não sei, mas em abril do ano passado, um fato mudou meu ponto de vista sobre esse assunto. Recebi um convite de um estimado amigo para conversar com os alunos dele no último semestre do curso de Comunicação e Multimeios. Foi um desafio estar diante de jovens com vinte e poucos anos, cheios de dúvidas sobre o futuro do mercado de trabalho.

Geralmente, sou eu quem conduz as palestras, seja como apresentadora ou mestre de cerimônias. Sou eu quem faz as perguntas, aliás sou muito boa nisso diga-se de passagem. Todavia, dessa vez, os papéis foram invertidos. Senti-me totalmente vulnerável. Eu não tinha ideia do que dizer aqueles estudantes. Por isso, não preparei nada. Apenas coloquei-me diante deles e deixei que perguntassem. No início, foi apavorante. Porém, poucos minutos depois, senti-me incrivelmente à vontade naquela conversa. Foi tão surpreendente ver aqueles estranhos interessados e atentos às minhas histórias.

Nesses anos de jornalismo, costumava ser eu quem procurava por histórias, eu era a interessada em obter respostas. Entretanto, de repente, um grupo de estranhos estava ouvindo o que eu tinha a contar. Foi tão maravilhoso. Infelizmente, esqueci de registrar aquele momento. Não tenho fotos, no entanto, aquela experiência ficou marcada em mim como algo incrível. Espero, do fundo do meu coração, que a nossa conversa tenha levado algo positivo para aqueles jovens. Espero ter feito por eles tão bem quanto eles fizeram por mim.

Depois disso, pensei que talvez outras pessoas também pudessem se interessar em ouvir o que tenho a dizer. Novamente, retomei a ideia de criar um blog. Só que com tantas opções, como escolher apenas um nicho? Achei melhor esperar mais um pouco. Optei por priorizar outros trabalhos.

É hora de arriscar

Entretanto, nos últimos meses de 2022, desacelerei. Precisava curar algumas feridas latentes. Era hora de fechar alguns ciclos e seguir em frente. Talvez seja a crise dos 40 anos ou o início de um novo ano que aproximava, não sei dizer ao certo. Contudo, sinto que agora é a hora de enfrentar a insegurança e preencher esse espaço com tudo o que sou, pois sou muitas coisas em uma só. Então, por que me limitar a apenas um tema?

Você sabe de uma coisa? No final das contas, o meu público-alvo sou eu mesma.  Vou explicar: talvez, pelo menos por enquanto, eu deva escrever para mim como uma forma de viver plenamente a nova fase que está se apresentando à minha frente.

Sinto-me pronta para mostra-me a você, caro leitor. Sinto-me pronta para mostrar-me a mim mesma. Confesso, estou nervosa, ao mesmo tempo feliz e empolgada com esse processo de descobertas. Será incrível.

Topa, viver esta jornada de autoconhecimento, reflexões e memórias comigo?

Compartilhe Adriana Cardoso Jornalista
0 0 votes
Classificação
Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Ver todos os comentários
Novidades blog Adriana Cardoso Jornalista
Série Não estou morta!
Será que sabemos aproveitar as boas oportunidades? Série 'Não estou morta!' me deixou reflexiva
Nos 30 minutos de folga que tínhamos para jantar no domingo à noite, antes dar início aos exaustivos...
Ler mais...
Resolucoes-de-Ano-Novo
Resoluções de Ano Novo 
Eis que ele chegou. 2024 está aqui, pronto para ser vivido. O que você pretende fazer? Quais são as suas...
Ler mais...
O-que-voce-fez
Então, o que você fez este ano?
O Natal  passou, mas a pergunta continua latejando na minha mente: então, o que você fez este ano?...
Ler mais...
Ver mais