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Ter um blog

Entre tantas redes sociais, por que o Blog?

O Blog talvez tenha sido a minha escolha segura para me expressar. Trabalho com comunicação há mais de 16 anos, escrevo praticamente todos os dias e não tenho dificuldades em gravar vídeos, desde que seja a serviço. Quando penso em fazer algo pessoal, a coisa muda totalmente de figura.  

Talvez por isso me identifique com o blog. As redes sociais me parecem dinâmicas demais para mim. Trata-se de um público bastante imediatista e que muitas vezes pode ser um tanto cruel também. E esses são dois tipos de comportamentos que me causam ansiedade. Não estou preparada para lidar com isso, nem quero passar por tais situações.

São muitas opções de redes sociais, além disso, cada uma delas pede um tipo diferente de conteúdo para agradar ao algoritmo. Eu não teria tempo nem energia para administrar tantos canais. Em algumas plataformas, sequer me interessei em ter uma conta.

Outro dia, assisti a uma entrevista da atriz americana Scarlett Johansson, na qual ela  dizia não ter perfil em redes sociais, pois, quando experimentou uma única vez, percebeu que aquilo consumia seu tempo, e que em poucos minutos estava desejando a mesma vida de outras pessoas.

Quer saber? Na minha opinião, ela tem total razão. Essa coisa de rede social é meio maluca e pode ser viciante tanto para quem produz quanto para quem consome os conteúdos. 

Rede Sociais

Não que eu seja contra as redes sociais, nada disso. Acho, aliás, uma ótima forma de distração e é até possível encontrar conteúdos informativos relevantes e debates importantes. Penso somente que devemos consumir com parcimônia, o ambiente pode ser perigoso e nos engolir sem que percebamos. 

Optei por ficar nas plataformas tradicionais: Instagram, Facebook, Linkedin e Youtube. Confesso que para mim é mais do que suficiente, mal consigo ser atuante nessas.

As publicações do Instagram automaticamente vão para Facebook, onde inclusive passo semanas sem acessar. No Youtube, mantenho meu portfólio, e esse é o único objetivo do canal, assim como o Linkedin, que também tem propósitos profissionais. 

O Instagram é onde mais interajo; ainda assim, diminuí bastante meu tempo de consumo. Antes, passava horas vendo stories e rolando feed, mas percebi que aquilo apenas levava meu tempo e pouco me agregava. 

Também reduzi a quantidade de postagens, a exposição de imagem pessoal me causa certo incômodo. Sem culpa, publico apenas quando tenho vontade ou julgo relevante. 

Sei que não é a atitude mais esperada de alguém que trabalha com comunicação. É que, na verdade, apesar da desenvoltura profissional e de gostar de interagir com as pessoas, sou bastante tímida quando diz respeito a mim. 

Cartas

A forma que melhor me expresso é por meio da escrita. Em plataformas com caracteres limitados e predominância verbal em vídeos e imagens, sinto-me pouco à vontade para expor meus pensamentos e ideias.

Na adolescência e juventude, escrevia cartas para amigos e familiares, principalmente para uma tia que gosto muito e na época morava no Japão. Recentemente, reencontrei algumas caixas antigas e descobri que também escrevi-me algumas cartas.

Encontrei outras guardadas em HD de computadores inutilizados. Alguns documentos estavam com senha; imagino que na época eram bem pessoais. Foi muito interessante ler tudo que escrevi anos atrás; me fez relembrar minhas outras versões. 

Eu escrevia sobre meus dias, desabafos, inseguranças, sonhos, intimidades e coisas que nem me lembrava mais. As cartas eram também a minha opção para evitar conversas difíceis. Era assim que conseguia dizer o que estava sentindo sem correr o risco de esquecer as palavras durante o enfrentamento.

É na escrita que me sinto livre para ser quem sou. Quando precisei pausar a terapia por conta do puerpério e outras dificuldades, o conselho da minha psicologa na época foi: ‘escreva, escreva sempre que precisar externar seus sentimentos. Escreva quando estiver difícil suportar sozinha, escreva quando melhorar.”.

Infelizmente, ela faleceu no início de fevereiro do ano passado. Conforta-me saber que, além de ter seguido o conselho dela, também lhe deixei algumas cartas enquanto fui sua paciente.  

Qualidade de público

Por que não compartilhar as cartas que continuo escrevendo? Por que não ter um blog para registrar meus pensamentos aleatórios, minhas experiências, minha história?

Uma mulher de quase 40 anos tem muita coisa para contar e um tanto para viver e  evoluir também. A escrita me ajuda a organizar as ideias e entender o que acontece internamente. Quero dividir esse processo por meio deste blog.

Tenho consciência que aqui a audiência será infinitamente menor que nas demais redes sociais. Não tem problema. Minha preocupação não é com quantidade, mas sim com qualidade de público. Prefiro atrair leitores realmente interessados no que tenho a dizer, pessoas com paciência para ler mais que alguns poucos caracteres.

Além disso, não precisar pensar em engajamento, métricas e metas, me deixa solta para ser espontânea e focar no conteúdo. Embora, devo admitir, sinto certo alívio quando as bolinhas do SEO ficam verdes. Não dá pra ter ou ser tudo tudo. 

Enfim, entre as plataformas digitais, o blog me parece ser um ambiente mais amistoso e seguro para publicar meus textos. Acredito que seja o local ideal para mim nesse momento da vida. Um ambiente tranquilo, saudável, de aprendizado, autoconhecimento, profundo na medida certa, sem cobranças e com a leveza que quero viver nessa fase. 

Confira outras publicações dessa aventura!

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